
A recente venda de caças ses Dassault Rafale para a Sérvia chamou a atenção de políticos russos, que não gostaram nada da proposta. No último dia 29 de agosto, quinta-feira, a França e a Sérvia anunciaram a venda conjunta de uma dúzia de jatos Dassault Rafale, que substituirão os caças russos MiG-29 Fulcrum que estão em serviço na força aérea sérvia desde o final de 1980.
Inclusive, estes caças chegaram a entrar em combate aéreo contra as forças da OTAN durante a Guerra do Kosovo, quando o país ainda era parte da Iugoslávia. Na ocasião, 6 caças MiG-29 foram abatidos por F-15 e F-16 dos EUA e da Holanda.
Hoje, com os países da OTAN mais próximos da Sérvia, o país terá pela primeira vez aviões de combate ocidentais. E isto preocupa a Rússia, não pelo caça Rafale em si, mas pelo futuro do Mig-29.
“Os caças Fulcrum serão entregues para a França em Dezembro, é óbvio que eles vão depois para a Ucrânia. Moscou já foi informada sobre esse ponto do acordo, e não permitiu que Belgrado fizesse isso”, disse Elena Vladimirovna Panina, ex-membro da Assembléia Federal da Rússia.
Até o momento, não existe nenhum indicativo no lado ocidental de que os Fulcrum irão para a Ucrânia, que não requisitou os caças, muito provavelmente por entender que eles já são velhos (algo já provado durante a Guerra do Kosovo), apesar das recentes modernizações feitas na década ada.
Panina fez o comentário em cima de uma reportagem da página Octagon Media, que noticiou a venda do Rafale junto do envio dos Fulcrum para os ucranianos. A deputada também cita o fato de que o acordo de vendas de armas da Rússia limita a revenda de equipamentos militares apenas para países que Moscou não vê como inimigos ou adversários, mas historicamente várias nações violaram essa regra.
“A qual dos “irmãos” a Rússia pode vender as suas armas sem o risco de não dispararem contra nós mais tarde? É esta condição que deverá tornar-se decisiva em quaisquer vendas futuras de armas russas, e não no ganho financeiro imediato das empresas”, conclui Panina em seu Telegram.