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Pela 1ª vez, FAB realiza salto a grande altitude com paraquedistas lançados do KC-390 34562e

Imagem: Sargento Müller Marin / CECOMSAER

O salto livre foi a modalidade usada na última quinta-feira (29/05) para realizar a demonstração operacional do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, o Para-Sar, da Força Aérea Brasileira (FAB), e das Brigadas de Infantaria (Bda Inf) do Exército Brasileiro (EB). 5242w

Em um feito inédito, os paraquedistas foram lançados das aeronaves KC-390 Millennium a partir de uma altitude superior a 12 mil pés (aproximadamente 3.650 metros), reforçando o preparo, a tecnologia e a versatilidade operacional da FAB em cenários de alta complexidade.

O salto, coordenado por militares altamente treinados, simboliza não apenas um avanço tático, mas também a ampliação das capacidades de infiltração aérea em operações reais. Operar em altitudes elevadas exige planejamento rigoroso e protocolos específicos, entre eles o uso obrigatório de máscara de oxigênio.

A emoção de realizar o primeiro salto a partir da aeronave KC-390, acima de 12 mil pés, é algo único. Trata-se de um salto mais complexo, diferente do que estamos acostumados, por ser feito em grande altitude e exigir o uso de oxigênio suplementar. Esse tipo de lançamento é essencial em operações de infiltração, pois permite que a aeronave voe em níveis elevados, reduzindo a chance de ser avistada e possibilitando que as tropas cheguem ao terreno de forma discreta“, relatou um dos militares do Para-Sar.

Imagem: Sargento Müller Marin / CECOMSAER

Em voos de grande altitude, é fundamental o uso de oxigênio suplementar por meio da máscara de oxigênio. Isso porque, quanto maior a altitude, menor a pressão atmosférica, o que reduz a disponibilidade de oxigênio no ar e aumenta o risco de hipóxia, condição que pode comprometer as capacidades físicas e cognitivas dos ocupantes da aeronave“, explicou a médica do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo –, Capitão Médica Aline Zandomeneghe Pereira Franco.

Em operações de lançamento de paraquedistas, o papel do piloto vai além de conduzir o avião: é ele quem garante a estabilidade do voo, segue a rota traçada com precisão e monitora variáveis como altitude, velocidade e clima. Toda essa atenção aos detalhes é essencial para que os militares saltem no ponto certo, com segurança e dentro do tempo previsto.

O piloto do Esquadrão Gordo, Capitão Aviador Arthur Corrêa Lima de Araújo, comentou sobre o uso da máscara de oxigênio nesse tipo de missão: “A importância desse tipo de voo está justamente no uso do oxigênio suplementar, que permite operar em altitudes mais elevadas. Com isso, é possível realizar lançamentos de paraquedistas em níveis que, sem o auxílio do oxigênio, não seriam viáveis. Essa capacidade representa uma vantagem tática para a Aviação de Transporte, pois possibilita o lançamento de tropas em áreas hostis, reduzindo a chance de avistamento da aeronave graças à maior altitude de voo“.

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Juliano Gianotto
Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.