
A fusão da Azul Linhas Aéreas com a Gol Linhas Aéreas, controlada pelo Grupo Abra, levantou uma grande questão no mercado brasileiro: a concentração de mercado resultará em aumento de preços?
A pergunta foi respondida pelo diretor financeiro da Abra, Manuel Irarrázaval, à Folha de São Paulo em entrevista divulgada nesta sexta-feira, 17 de janeiro.
Antes, o Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, havia dito que espera uma redução de preço e que o governo não quer ver uma alta na tarifa aérea vinda da Azul e da GOL.
A concentração de mercado tem preocupado principalmente os consumidores brasileiros, que há anos esperam uma quarta companhia aérea de grande porte no Brasil, número que chegou apenas com a Avianca Brasil, que fechou as portas em 2019 por problemas financeiros internos.
Manuel Irarrázaval destaca que a junção não foi motivada na redução do preço da agem aérea para o consumidor, e sim na eficiência das empresas, que pode sim gerar uma redução para o cliente: “É difícil dizer algo assim. A base desta transação não é uma questão de preço. É oferecer aos clientes mais alternativas, melhor conectividade, unindo duas companhias que são muito complementares. Nós acreditamos que toda a filosofia pela qual nós gostaríamos de fazer isso se baseia em poder oferecer tais serviços“.
Hoje as companhias operam em propostas opostas: a Azul preconiza por maior conforto à bordo e voa para vários destinos sozinha, consequentemente cobrando uma tarifa maior. Já a GOL foca em rotas mais densas, opera apenas um tipo de aeronave e tem uma agem mais barata.
“O preço das agens é afetado por muitos fatores. É difícil dizer se os preços para os consumidores vão subir ou cair. Envolve outros fatores, como o combustível, impostos, tarifas aeroportuárias. O preço cobrado é uma parte disso. Tem mais a ver com a situação macro de cada momento“, conclui o executivo.