
A possível chegada de jatos chineses ao Brasil seria financiada pelo governo de Pequim, que se encarregaria até do financiamento. As aeronaves fabricadas pela estatal COMAC – Commercial Aircraft Corporation of China estão sob os olhares da Total Linhas Aéreas, como o AEROIN antecipou com exclusividade.
Mais detalhes de como esse negócio pode se desenrolar foram revelados hoje, 26, pela Reuters em entrevista com um dos sócios da empresa, Paulo Almada.
O executivo afirma que foi levantada a possibilidade de o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) financiar até 80% da compra, com parcelas a serem pagas entre 10 e 12 anos. Considerando que cada avião tem um preço de tabela de US$ 90 milhões de dólares, seriam $ 360 milhões pelas quatro aeronaves pretendidas pela Total, com o financiamento cobrindo em torno de $ 288 milhões.
Vale destacar que o preço de tabela é raramente o de venda, já que vários descontos são oferecidos e não são revelados por se tratar de um contrato privado. Para título de comparação, um Embraer E195-E2 custa em torno de $ 75 milhões, o Boeing 737 MAX, próximo de $ 120 milhões, e o A320neo é tabelado pela Airbus por $ 118 milhões.
Outro ponto destacado por Almada é que o treinamento de pilotos, comissários e mecânicos será feito na China, caso o negócio seja fechado.
Vale destacar que o “maior” entrave para o negócio é o fato de que o C919 não é certificado pela EASA da Europa ou pela FAA dos EUA, que agilizaria a certificação junto à brasileira ANAC, que ainda não foi iniciada, segundo a agência informou.
Este processo de certificação baseado na homologação chinesa pode demorar até 6 meses. Após a conclusão deste, é necessário que a própria Total Linhas Aéreas confeccione os manuais e homologue seus procedimentos junto à ANAC para a operação própria com o C919.