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ANAC realiza SMS Brazil 2024 com ênfase em segurança operacional e avanços tecnológicos na aviação civil

Imagem: ANAC

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) realizou, nos dias 1º e 2 de outubro, em São Paulo (SP), a edição de 2024 do Safety Management Summit (SMS) Brazil, a conferência mais importante sobre segurança operacional das operações aéreas no país. O evento reuniu profissionais do setor, representantes de empresas e membros da academia para discutir problemas, soluções e novas metodologias aplicadas à formação inicial de pilotos e à atualização dos profissionais. O objetivo foi promover a cultura de segurança, fundamental para o setor aéreo.

A diretoria colegiada da ANAC, formada pelo diretor-presidente, Tiago Pereira, e pelos diretores Luiz Ricardo Nascimento, Ricardo Catanant e Mariana Altoé, esteve presente na abertura do evento, reforçando o compromisso de toda a Agência em garantir a segurança e a excelência da aviação civil no país.

Durante sua fala inicial, o diretor-presidente ressaltou a importância do encontro em um momento sensível para a aviação brasileira. “Esses eventos são importantes para reunir todos que atuam no setor aéreo, para que possamos compartilhar boas práticas, trocar ideias e fazer da aviação um ambiente cada vez mais seguro”, afirmou Pereira.

Ao longo dos dois dias do evento, cerca de 200 pessoas acompanharam as apresentações. Confira, a seguir, um resumo dos painéis:

Primeiro dia

O primeiro dia do evento trouxe palestras focadas em fator humano, cultura de segurança operacional e compartilhamento de dados, com debates sobre temas que afetam toda a indústria da aviação.

No primeiro , David Branco, da Branco Aviação, destacou a responsabilidade dos pilotos no gerenciamento de riscos e possíveis acidentes. Segundo Branco, há tripulantes que decidem, intencionalmente, operar fora dos protocolos estabelecidos. Esse comportamento é um dos fatores que levam a acidentes e incidentes aéreos. “Ser profissional é atuar conforme as normas e protocolos da aviação. Casos de desvio de conduta devem ser exceções, e não a regra, como se observa hoje no sistema de aviação brasileiro”, afirmou.

Complementando a apresentação de Branco, a representante da Associação de Mulheres Aviadoras do Brasil (AMAB), Priscila Dower Mendizabal, destacou a influência dos instrutores de voo na perpetuação de hábitos não padronizados. Segundo Priscila, os instrutores estão tecnicamente preparados, mas não estão prontos para enfrentar as consequências jurídicas de ações fora dos padrões operacionais.

O segundo , “Cultura de segurança operacional – Safety Culture, mais do mesmo?”, reafirmou conceitos básicos que precisam ser aplicados por pilotos, mecânicos e outros profissionais nas operações aéreas. Os professores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Éder Henriqson e João Centeno, e a representante da Tam Executiva, Ana Galvão, ressaltaram o conceito de safety culture e a importância dos relatos voluntários para manter elevados níveis de segurança.

À tarde, o contou com representantes da Federal Aviation istration (FAA), Angel Luna e Matthew Cabak; do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), Coronel Raphael Vargas Vilar; do Grupo Brasileiro de Segurança Operacional da Aviação Comercial (BCAST), Paulo Nakamura; e do PCAST-Peru, Alexander Welsch. Eles apresentaram o trabalho de recebimento, gerenciamento e compartilhamento de dados do setor, a fim de identificar gargalos e fragilidades em segurança operacional.

No encerramento do primeiro dia de debates, as representantes da Azul, Audrey Savini Simões; da Gol, Camila Santana Ribeiro; e da Latam, Lia de Melo, apresentaram uma nova metodologia de acolhimento aos pilotos, focada na saúde mental dos profissionais: o Peer Program (Programa de Apoio aos Pares). Esses programas oferecem, de forma voluntária, apoio emocional por parte de outros pilotos da própria empresa, que são treinados para acolher profissionais que, por diversos motivos, não buscam ajuda médica ou psicológica. O peer é uma área nova explorada por várias empresas ao redor do mundo, visando o cuidado com a saúde mental dos pilotos.

Segundo dia

O segundo dia do SMS Brazil 2024 começou com uma palestra sobre o sistema integrado de gerenciamento de segurança, implementado no Aeroporto de Schiphol, em Amsterdam, apresentada por Maarten Mol, da KLM.

O seguinte contou com a participação de Ananda Sales Ribeiro, da Boeing; Santiago Saltos, da Airbus; Paula Borges Olivio Cerdeira, da Embraer; e do brigadeiro Peçanha, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

Eles discutiram soluções e ferramentas de Inteligência Artificial (IA) usadas por fabricantes e órgãos de regulação, e como essas tecnologias podem auxiliar no desenvolvimento de novas facilidades, como o gerenciamento de tráfego de aeronaves conectadas, incluindo os eVTOLs. Paula Borges destacou que ainda há desconfiança sobre a confiabilidade da IA embarcada e ressaltou a importância do olhar humano.

No início da tarde, o tema foi runway safety, ou segurança de pista. O reuniu representantes do BCAST, Virginio Corrieri; da BH Airport, Pedro Stochi; e da Infraero, Paulo Cavalcante. Eles apresentaram inovações tecnológicas para a inspeção de pista, com foco na integridade das infraestruturas.

O evento foi encerrado com um sobre o gerenciamento da segurança operacional nas organizações de manutenção. Participaram Raíssa Pereira, da Start Aviation; Sonja Alves, da Leader Tech; e Elver Daney, da Helistar Bogotá. Sonja compartilhou sua experiência de mais de 18 anos em empresas de manutenção em Goiânia, relatando as dificuldades em implementar o SGSO nessas empresas e a resistência dos profissionais em atualizar procedimentos conforme as normas mais recentes.

Informações da ANAC

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.

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